Crianças e adolescentes com idade entre 9 e 13 anos, que moram no Bairro da Paz, em Salvador, tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a música clássica na tarde desta terça-feira (26).
A convite das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), uma camerata da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) se apresentou para o público infantil no Espaço Avançar, intensificando as ações da VSBA de inclusão social por meio do Programa Arte, Cultura e Lazer na Comunidade pela Paz.
“Este evento é muito importante para essas crianças. É através desta ação que muitos aqui passam a ter oportunidade de conhecer a música clássica, que, no máximo, só viam pela TV. Conhecer uma nova linguagem vai possibilitar novas experiências para eles e, aos poucos, [vai] contribuir para a inclusão cultural e o afastamento das crianças dos perigos da rua”, explica a assistente social das Voluntárias Sociais, Ana Cláudia Bonifácio.
Para o líder da camerata Fios da Bahia, Rogério Fernandes, a apresentação é uma forma de incentivar os moradores do bairro popular a se dedicarem à arte. “A maioria nunca teve acesso a esse tipo de linguagem, mas acredito que, com um contato cada vez maior com a música clássica, a gente possa descobrir talentos. Às vezes, a pessoa nasce com um dom e o descobre por acaso”, afirmou o instrumentista. Na ocasião, quatro mães, que são donas de salão de beleza, foram homenageadas e receberam kits de produtos de estética.
O Programa Arte, Cultura e Lazer na Comunidade pela Paz, das Voluntárias Sociais, prevê assistência à população. A iniciativa é desenvolvida nas modalidades de inclusão social e incentivo à arte e à cultura, por meio do fomento de espaços culturais existentes nas próprias comunidades e no acesso das comunidades ao Teatro Castro Alves (TCA), com apresentações da Orquestra Sinfônica e Balé do TCA.
Arte é Vida
O Espaço Avançar, no Bairro da Paz, também foi o palco de outras apresentações. Incentivadas pelo Programa Arte é Vida, desenvolvido pela Base Comunitária de Segurança do Bairro da Paz, crianças que fazem parte do projeto mostraram tudo o que aprenderam sobre o hip hop nas oficinas de dança.
“O objetivo é ocupar a vida dessas crianças com a arte. O Arte é Viver não permite que ela fique com tempo ocioso, pois mente vazia é oficina de coisas ruins. Além disso, é através do programa que possibilitamos a aproximação da polícia com a comunidade. Mostramos que estamos do lado da população”, ressalta o soldado Luiz Eduardo dos Santos, coordenador do Programa Arte é Vida.
A iniciativa é voltada para as crianças estimulando-as a se envolver no universo artístico. De segunda a sábado, o público infantil participa de oficinas de música e dança, além de ter acompanhamento pedagógico e psicológico no turno oposto da escola. ”Com o trabalho psicológico, a gente acompanha os resultados pelo contato com a família e pelas discussões durante as oficinas. É percebida uma evolução do comportamento da criança, que normalmente passam a achar a rua desinteressante e focar em algo produtivo, seja a música, a dança ou qualquer outro tipo de arte”, explica a pedagoga voluntária Monique Pinheiro.
Para Adriana Conceição, 12, entrar no projeto representou uma mudança positiva de vida. “Eu estava sem rumo, sem objetivo. Meu passatempo era a rua. Confesso que dava muito trabalho em casa e na escola. Depois de um tempo no projeto me considero mais madura para correr atrás dos meus objetivos”.