O primeiro emprego é o sonho de muitos jovens brasileiros dispostos a enfrentar a competitividade cada vez maior do mercado de trabalho. Na Bahia, pessoas com idades entre 18 e 22 anos, oriundas de escolas públicas, podem contar com um facilitador. Criado em 2008, o Programa Mais Futuro é o elo entre os jovens e as oportunidades profissionais.
Na manhã desta terça-feira (7), 24 jovens se formaram pelo programa, desenvolvido pelas Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA). A cerimônia de certificação foi realizada no auditório da Fundação Luís Eduardo Magalhães, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Durante dois anos, o grupo teve a oportunidade de aprender na prática as funções da área administrativa de órgãos governamentais, parceiros do Mais Futuro.
Entre as instituições públicas parceiras que ofereceram vagas para os jovens aprendizes estão a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), Secretaria da Saúde (Sesab), Bahia Pesca, Empresa Gráfica da Bahia (Egba) e o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), este último responsável por 70% das vagas. “Esse é um programa de aprendizagem onde é dada oportunidade ao jovem. Eles entram no mercado com um diferencial, que é a experiência”, destaca a diretora do Centro de Formação para o Trabalho das Voluntárias Sociais da Bahia, Leila Colangeli.
Capacitação
Os participantes não são beneficiados apenas com a experiência prática. Ao longo do processo, um curso com dez disciplinas exigidas pelo Ministério do Trabalho, como matemática básica, empreendedorismo, comunicação básica e empresarial, micro e macro ambientes, informática básica e avançada e língua portuguesa, é desenvolvido para a melhor capacitação dos jovens.
Aos 21 anos, Darlan Malaquias soube agarrar a oportunidade. Após o Mais Futuro, o ex-trabalhador autônomo passou a integrar o corpo de funcionários do Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro). “Para mim foi uma oportunidade de ouro que eu não estava disposto a deixar passar. Me dediquei, aprendi muito e fui admitido. Estou trabalhando no Ibametro há aproximadamente um ano. Isso fez minha vida mudar. Hoje já posso contribuir mais dentro de casa, para que a minha família tenha uma melhor qualidade de vida”.
Crescimento pessoal
Para o diretor-geral do Ibametro, Randerson Leal, o Mais Futuro proporciona um aprendizado social. “Por meio desta iniciativa, os jovens que não tinham oportunidade passaram a ter a chance de se desenvolverem. Eles puderam aprender e se dotaram de conhecimento”.
Desde o início do programa, em 2008, cerca de 2.500 jovens já participaram do Mais Futuro. Do total, 90% ingressaram na faculdade e 30% foram aproveitados por órgãos estaduais. Para Jorge Barreto, 20, ter acesso ao conhecimento significou ainda mais do que uma profissão. Para ele, o programa representou crescimento pessoal.
“Além das experiências profissionais, a gente teve experiência humana para levar para o resto da vida. Passamos a conhecer mais pessoas e aprendemos a conviver com elas, a respeitá-las. Começar por um órgão como o Ibametro é muito enriquecedor como profissional e mais ainda como pessoa”, ressalta Jorge.
Mais oportunidades
O Mais Futuro segue o Decreto Estadual 11.139/2008, que instituiu o Programa Estadual de Aprendizagem. Para participar da iniciativa, além de possuir entre 18 e 22 anos, o interessado deve ter concluído o ensino médio em escola pública, estar inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas, possuir Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e fazer parte de família de comprovada situação de vulnerabilidade econômica e social – com renda máxima familiar de até três salários mínimos.
Com a situação cadastral regularizada, o jovem é submetido a um processo de seleção pública, sendo a convocação por ordem de classificação do Banco de Aprendizes do Governo do Estado da Bahia, para contrato especial de trabalho como aprendiz por dois anos.
O jovem que ingressar no Mais Futuro passa por capacitação técnico-profissional continuada, com 744 horas de aulas teóricas, recebe remuneração mensal de um salário mínimo, formação prática supervisionada, vale transporte e lanche. Por meio de um contrato de aprendizagem por tempo determinado, regido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), o interessado terá recolhido o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).