Planejamento pedagógico na jornada de Tempo Integral e Paternidade Responsável estiveram na centralidade do 4º Encontro de Formação de Educadoras e Educadores do projeto Mais Infância, no último sábado (17). Como em todas as edições, o teatro Caetano Veloso da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, ficou lotado. Com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), instituição idealizadora do projeto, o encontro reuniu em torno de mil participantes (de forma presencial e remota), e contou com a presença da primeira-dama e presidenta das VSBA, professora Tatiana Velloso.
A responsabilidade com tempo integral e pedagógico das creches foi abordada na fala do professor da rede estadual da Educação, Astor Vieira. Segundo ele, não se pode pensar em ampliar tempo apenas na concepção de extensão da permanência da criança na escola, mas é necessário compreender que o tempo integral, mesmo expandido, traz a formação ampliada dos sujeitos com múltipla dimensão, inclusive para o mundo do trabalho.
“É preciso entender esses estudantes nas suas multidimensionalidades, sejam elas artísticas, culturais, físicas, científicas ou religiosas, porque a educação integral forma exatamente isso”, afirmou Astor. Em sua apresentação, o professor destacou ainda que a formação integral e o exercício da cidadania se dão na medida em que as crianças participam dos processos de observação, pesquisa e aprendizagem, além de serem responsáveis por tarefas que contribuem na organização dos espaços e dos tempos. “Nesse processo, elas desenvolvem capacidades, habilidades e competências a partir de suas reais necessidades e de seu posicionamento crítico e reflexivo no meio social e físico”, acrescentou.
Para intermediar os conflitos que envolvem a paternidade responsável e as relações familiares, buscando reduzir a demanda da área, a Defensoria Pública do Estado da Bahia lançou a “Ação Cidadã - Sou Pai Responsável”, com campanha de intensificação no mês de agosto por causa do Dia dos Pais. Na oportunidade, as defensoras Firmiane Venâncio e Cristina Ulm reforçaram a ação que, segundo elas, é também uma política de gênero da Defensoria.
“A campanha existe há 17 anos e está presente nas 27 unidades da Federação e em 14 municípios da Bahia realizando testes de DNA, acordos de alimentos e mostrando a importância da família e de termos o pai registrado com a sua participação na criação e educação dos filhos. Isso é importante não apenas para as crianças, mas para nós mulheres que precisamos ter sim a divisão do trabalho e do cuidado com as nossas filhas e filhos”, explicou a defensora pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio.
A defensora responsável pelas itinerâncias da Unidade Móvel de Atendimento, Cristina Ulm, destacou que durante as conversas, a Defensoria Pública busca fazer com que os pais entendam suas responsabilidades e importância na formação das crianças, seja no ensinamento de valores quanto na divisão das tarefas com a mãe. “Nós também reforçamos a questão da paternidade socioafetiva e o reconhecimento paterno voluntário para aqueles pais que não são os biológicos, mas que participam de forma efetiva da criação daquela criança e cuidam e educam como se fosse filho”, afirmou Cristina.