Irmãos voltam a estudar após perder família em deslizamento

Notícias
23/05/2015

Com a chuva que continua a cair em Salvador, o número de pessoas precisando de ajuda e apoio não para de crescer. As Voluntárias Sociais da Bahia, por meio da campanha Salvador Solidária, já arrecadou mais de 100 toneladas de doações, distribuídas para mais de duas mil pessoas. 

No meio de tanta dificuldade, mas também de solidariedade, uma história se destaca. Os irmãos Mariana, 16 anos, e Humberto Santana, 18, que perderam a mãe, irmão, tio e a casa, em um deslizamento de terra na Baixa do Fiscal, recomeçam a vida. Eles voltaram a estudar depois de dois anos longe da escola. Humberto também vai começar a trabalhar com carteira assinada nas Voluntárias Sociais, e Mariana vai ingressar no programa Jovem Aprendiz. 

A matrícula dos dois irmãos no Colégio Estadual Celina Pinto, no Curuzu, foi realizada na manhã desta sexta-feira (22), por intermédio das Voluntárias Sociais. Ainda muito abalada e sensível, Mariana Silva diz que voltar a estudar é bom. “Vai ser importante, principalmente agora, que perdi minha mãe, fazer um curso profissionalizante, entrar em um programa e começar a trabalhar”. Humberto afirma que, a partir de agora, as portas se abrem. “Vou voltar a estudar e a trabalhar. Agradeço a força que está sendo dada. Com estudo já é difícil a gente se destacar, sem estudo a gente não é nada. Vou ter carteira assinada, e agora é bola para frente”. 

Acolhida 

Segundo a diretora das Voluntárias Sociais, Neiliane Lemos, a instituição está trabalhando para identificar pessoas que sofreram grandes perdas com a chuva e, por isso, estão vulneráveis. “Assim encontramos o Humberto e a Mariana, que perderam mãe, irmão e tio. Estamos trabalhando com a campanha Salvador Solidária e eu estou impressionada com o tanto de gente disposta a ajudar. O Humberto vai trabalhar com a gente, já providenciamos toda a documentação e ele vai ter carteira assinada. Já a Mariana, vai entrar no programa Jovem Aprendiz, receber capacitação. Para isso, ela precisa estar matriculada na escola. É preciso que eles aproveitem essa oportunidade”. 

A diretora do colégio, Edilza de Oliveira, garante que, para a escola, receber Mariana e Humberto é uma missão especial. “No primeiro momento, quando fomos contatados pela Secretaria da Educação, já fomos procurando avaliar qual seria a turma para encaixá-los. Vamos conversar com eles, para que sejam acolhidos e para que possamos traçar estratégias para o bom desenvolvimento deles. Nossa meta é educar com amor e formar cidadãos críticos e conscientes nesta sociedade, que já é tão excludente”.