Sapatos, sandálias, bolsas e roupas. Esses foram os materiais colocados à venda, nesta sexta-feira (24), no brechó promovido pelas integrantes portadoras de transtornos mentais da Associação Papo de Mulher, na Feira de São Joaquim, em Salvador, com o apoio das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA). A iniciativa atraiu a atenção de muita gente, como a feirante, Jeane Santos. “Achei muito legal, principalmente pela causa. Tem muita coisa boa aqui. Eu já comprei uma calça e estou olhando para ver se compro mais algumas coisas”.
Se para o público o brechó é uma oportunidade de compra barata, para os organizadores é uma maneira de angariar recursos destinados à associação e ainda uma alternativa de inclusão na sociedade. “É muito difícil arranjar emprego. Imagina para uma pessoa que tem distúrbios mentais. Essa dificuldade é ainda maior. Aqui, o valor da mercadoria fica entre R$ 1 e R$ 10, mas isso é o mínimo. Estamos tendo uma tarefa e lutando pela nossa independência financeira”, afirmou a coordenadora da Associação Papo de Mulher, Girlene de Jesus.
Raimundo Santos, único homem na Papo de Mulher, também carrega a bandeira da luta contra a exclusão social. Ele acredita que o brechó lhe deu o que precisava. “Eu faço parte de várias minorias, sou negro, pobre, homossexual e tenho distúrbios mentais, mas me aceito do jeito que sou. A sociedade é dura, mas luto para me sentir incluído nela. O brechó foi uma alternativa de conseguir interagir mais com as pessoas”.
Economia Solidária
A atividade é voltada para a Economia Solidária. Muitas doações foram obtidas pela entidade. “Ajudamos essas mulheres a se organizarem como uma associação para lutarem pelos seus direitos. Elas não têm acesso ao mercado de trabalho, então, a gente, em parceria com a Setre [Secretaria de Emprego, Trabalho, Renda e Esporte], realiza um curso de Economia Solidária para elas. Isso foi o ponto de partida para que possam lutar por um futuro melhor”, explicou a coordenadora de Projetos Sociais das Voluntárias Sociais, Tânia Nogueira.
25/04/2015